quinta-feira, 4 de março de 2010

Vida boa é a da vizinha. Será?

Vamos combinar que nós mulheres temos a mania e a capacidade de olhar o relacionamento dos outros e destacar rapidamente as qualidades dos parceiros alheios. Se parássemos por aí não teria problema, apenas deveríamos ficar felizes por elas. Só que, no momento que identificamos tais virtudes, começamos a comparação e passamos a achar que o nosso homem deveria reunir todas aquelas qualidades que percebemos nos outros, o que não existe. Aí a gente vê que o marido da amiga cuida das filhas como ninguém, o namorado da outra adora presenteá-la, o da outra liga sempre e manda mensagens românticas, um outro bendito tem um corpo escultural e por ai vai. Na verdade, parece que cada ponto atribuído ao relacionamento do vizinho tira um ponto do nosso e no final da infeliz comparação começamos a pensar que o nosso parceiro é um verdadeiro fracasso. Essa imagem que formamos da nossa própria relação depende de como eu quero ver o meu companheiro. Basta ter alguém disposto a ouvir nossas lamúrias que já começamos a meter a lenha no dito cujo, aí haja tempo para conseguirmos contar em detalhes cada defeito dele. Conversa vai, conversa vem e não conseguimos encontrar espaço durante o papo para falar sobre uma virtudezinha que seja. Que imagem conseguimos formar da pessoa não? Quem gostaria de convidar seu parceiro para um programa de amigos? E quando ele vai totalmente inocente e desavisado, as amigas já o recebem com toda a imagem formada do pobre, e ele nem sonha o que pensam dele. É tarde demais para voltar atrás. Em pouco tempo todos os conselhos que você vai ouvir sobre a sua relação é para largar esse traste. Todas te aconselham a partir pra outra ou até ficar sozinha. No meio da conversa você tenta atravessar um elogio ao seu amor mas isso não tem mais relevância frente a tantos defeitos. Ele está condenado! Sabe o que é pior nisso tudo? É que o cara pode ser uma pessoa muito boa, amigo, amante, parceiro, nunca perfeito porque ninguém é, mas pelo menos um bom par, e que provavelmente tem uma qualidade muito valiosa: gostar de você! Meninas, uma palavra dita não volta atrás, por isso é tão importante pensar muito no que propagamos pelo ar. Não abra a boca se não for para melhorar o silêncio. Não que não possamos falar de nós, da nossa vida e da nossa relação, mas temos que saber até que ponto somos justos com o outro. Valorizando a pessoa que escolhemos, valorizamos a nós mesmas.

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